FOTO: Jorge Jacinto
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Tonicha: Vozes do coração (vol. 11).
Voltou a estar disponível uma edição discográfica de alguns temas da carreira de Tonicha, numa bela iniciativa conjunta entre o "Correio da Manhã" e a editora "Levoir".
O livro-cd, um excelente objecto que no nosso entender se tornará de culto, acompanhou (por mais 5,95€) o jornal no passado sábado, dia 08 de junho. Não foi fácil encontrá-lo e sabemos por muitos dos seguidores do nosso blogue que o mesmo problema foi sentido em todo o país. Com a ajuda de amigos, conseguimos comprar o nosso exemplar que agora apresentamos.
O livro surpreendeu-nos pela positiva. O texto, da autoria do conceituado crítico musical Gonçalo Frota, é, realmente, uma boa prosa, que revela um bom conhecimento (ou estudo) da obra de Tonicha. Apesar de algumas imprecisões (títulos de discos, número de canções gravadas, ou datas em que se iniciam parcerias musicais, por exemplo) a edição tem muita qualidade, facto que acaba por desculpar essas imprecisões.
As fotografias de Jorge Jacinto - fotógrafo citado aqui inúmeras vezes - são muito boas e quase todas desconhecidas do grande público. Óptima seleção. Parabéns.
A fotografia da capa do livro-cd (apresentada no post anterior) foi capa da revista "Maria" quando Tonicha gravou o Regresso, em 1993. A fotografia de hoje é dessa mesma série.
Não resistimos a deixar aqui os dois primeiros parágrafos do excelente texto de Gonçalo Frota:
À música popular pede-se, precisamente, que seja popular - que chegue a muitos, que chegue a todos. Nesse aspecto poucas vozes em Portugal terão cumprido de forma tão capaz o desígnio natural da sua música. Tonicha, que interpretou até hoje mais de 600 canções [de facto, são 300 - sem contar com as regravações dos mesmo temas - fizemos a contagem há pouco tempo, a pedido de João Viegas, o marido de Tonicha] e gravou mais de 150 discos, tem dedicado toda a sua carreira a celebrar a música popular portuguesa, desenterrando com a ajuda do seu marido, o etnólogo João Viegas, um cancioneiro tradicional que muitos parecem ter esquecido. Por isso mesmo, foi chamada para o teatro por Tiago Torres da Silva para o papel de uma "guardiã da memória colectiva".
Presença habitual em festas, arraiais e romarias, conhecedora profunda da raiz musical que grassa pelo país, Tonicha aliou-se a grandes nomes da cultura portuguesa - Ary dos Santos, José Cid ou Jorge Palma - na construção de uma obra que, erradamente, esbarra no seu momento de maior popularidade, "Zumba na Caneca", e teima em esquecer um percurso riquíssimo e de amor e dedicação profundos ao povo e às suas canções mais genuínas. Afastada dos palcos e das cantorias nos últimos anos, é sempre de esperar de Tonicha um regresso ao convívio com o seu público fiel. José Cid, parceiro artístico de há muito, diz já lhe ter confiado mais uma pequena série de originais. O disco há-de chegar quando Tonicha assim o quiser. Para continuar a enriquecer o tesouro musical português.
Presença habitual em festas, arraiais e romarias, conhecedora profunda da raiz musical que grassa pelo país, Tonicha aliou-se a grandes nomes da cultura portuguesa - Ary dos Santos, José Cid ou Jorge Palma - na construção de uma obra que, erradamente, esbarra no seu momento de maior popularidade, "Zumba na Caneca", e teima em esquecer um percurso riquíssimo e de amor e dedicação profundos ao povo e às suas canções mais genuínas. Afastada dos palcos e das cantorias nos últimos anos, é sempre de esperar de Tonicha um regresso ao convívio com o seu público fiel. José Cid, parceiro artístico de há muito, diz já lhe ter confiado mais uma pequena série de originais. O disco há-de chegar quando Tonicha assim o quiser. Para continuar a enriquecer o tesouro musical português.
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