16 de abril de 2010

TONICHA: FALA DO HOMEM NASCIDO

OPERETA PARA DISCO
LP, ORFEU

Por iniciativa de José Niza a cantora Tonicha participa, em 1972, em "Fala do Homem Nascido", uma opereta gravada para disco, com poemas de António Gedeão.
Os cantores convidados para este projecto, que inicialmente saiu em LP pela editora Orfeu, foram Duarte Mendes, Carlos Mendes, Samuel e Tonicha.
Com música composta por José Niza, que também assinou a produção do disco, "Fala do Homem Nascido" teve arranjos e direcção de orquestra a cargo do maestro José Calvário.
Já no final dos anos 90, mais precisamente em 1998, a Movieplay lançou no mercado uma reedição em formato CD.



1- ESTRELA DA MANHÃ
Cantam: Carlos Mendes, Duarte Mendes, Samuel e Tonicha
FALA DO HOMEM NASCIDO
Canta: Samuel
2- DESENCONTRO
Cantam: Samuel e Tonicha
3- TEMPO DE POESIA
Canta: Duarte Mendes
VIDRO CÔNCAVO
Cantam: Carlos Mendes, Duarte Mendes, Samuel e Tonicha
4- POEMA DA MALTA DAS NAUS
Canta: Samuel
LÁGRIMA DE PRETA
Canta: Duarte Mendes
5- POEMA DO FECHO ÉCLAIR
Canta: Duarte Mendes
6- CALÇADA DE CARRICHE
Canta: Carlos Mendes
7- POEMA DA AUTO-ESTRADA
Canta: Tonicha
8- POEMA DE PEDRA LIOZ
Canta: Samuel


FOTO: Álvaro João

Poemas: António Gedeão
Música: José Niza
Arranjos e Direcção de Orquestra: José Calvário
Gravação de Orquestra nos Estúdios Celada (Madrid): Pepe Fernandez, Enrique Rielo e Vinader
Gravação de vozes nos Estúdios Polysom (Lisboa): Moreno Pinto
Produção: José Niza
Arranjo gráfico da capa original: Beatriz Morais Alçada
Fotografias da capa original: Álvaro João
Fotografia de António Gedeão: gentilmente cedida pelo fotógrafo João Ribeiro
1972, Orfeu

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POEMA DA AUTO-ESTRADA
(Letra: António Gedeão/Música: José Niza)

Voando vai para a praia
Leonor na estrada preta.
Vai na brasa, de lambreta.

Leva calções de pirata,
vermelho de alizarina,
modelando a coxa fina,
de impaciente nervura.
como guache lustroso,
amarelo de idantreno,
blusinha de terileno
desfraldada na cintura.

Fuge, fuge, Leonoreta:
Vai na brasa, de lambreta.

Agarrada ao companheiro
na volúpia da escapada
pincha no banco traseiro
em cada volta da estrada.

Grita de medo fingido,
que o receio não é com ela,
mas por amor e cautela
abraça-o pela cintura.
Vai ditosa e bem segura.

Com um rasgão na paisagem
corta a lambreta afiada,
engole as bermas da estrada
e a rumorosa folhagem.

Urrando, estremece a terra,
bramir de rinoceronte,
enfia pelo horizonte
como um punhal que se enterra.

Tudo foge à sua volta,
o céu, as nuvens, as casas,
e com os bramidos que solta,
lembra um demónio com asas.

Na confusão dos sentidos
já nem percebe Leonor
se o que lhe chega aos ouvidos
são ecos de amor perdidos
se os rugidos do motor.

Fuge, fuge, Leonoreta
Vai na brasa, de lambreta.

12 de abril de 2010

PATXI ANDIÓN

4 CANÇÕES
EP, MOVIEPLAY, SON100.020


FOTO: M. Fiuza

Este disco de 1972 apresenta as versões de José Carlos Ary dos Santos para "4 CANÇÕES DE PATXI ANDIÓN", com direcção musical do maestro Thilo Krassman. No interior do disco encontramos as letras das canções em castelhano e em português.
Leia-se o interessante texto que Ary assina na contracapa:

"Pax Andion (?) é - e já muitos o têm dito - um "caso" musical. Mas, quanto a mim, a grandeza maior desse "caso" reside no impacto de uma força profundamente humana que quase se sente e se aprende fisicamente em todas as suas canções. Ao ouvi-las é impossível dissociarmo-nos da imagem do homem novo ibérico que, com os pés assentes na terra e os olhos virados à esperança, canta, sem dó nem piedade, o seu próprio destino.
Em boa hora decidiu Tonicha interpretar algumas das suas canções, de cuja versão portuguesa tive o prazer de me ocupar. Também ela à sua maneira, personifica mais do que nenhuma outra, entre nós, o canto da nova mulher portuguesa. Canto de amor do povo e de amor pelo povo. Canto personificado num talento de facto ímpar mas, por força da sinceridade e do poder de comunicação humana, tornado colectivo e geral."




FACE A
PUEDO INVENTAR
POETA DESDE LEJOS

FACE B
20 VERSOS A MI MUERTE
HABRIA QUE SABERLO

Poemas e Música de Patxi Andión / Versões em Português de J. C. Ary dos Santos
Direcção Musical: Thilo Krasmann
Estúdios: Celada (Madrid) e Polysom (Lisboa) / Som: Pepe Fernandez e J. François Beaudet
Foto da Capa: M. Fiuza
1972 Movieplay


Destas 4 belas canções que integraram este EP de 1972, apenas o tema "Poeta desde lejos" foi reeditado, na versão portuguesa, na colectânea da Movieplay "ANTOLOGIA 1971-1977" do ano 2004.
Mais uma vez, uma parte importante do material discográfico de Tonicha fica por enquanto confinado ao vinil, enquanto se espera que as editoras apostem, invistam, na reedição destes temas. Ouvintes interessados há muitos, espalhados de norte a sul do país, e até no estrangeiro (incluindo na vizinha Espanha onde a carreira de Tonicha ainda é lembrada e seguida atentamente).

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PUEDO INVENTAR
(Letra e Música: Patxi Andión)
(Versão portuguesa: J. C. Ary dos Santos)

Posso cantar inventando
Que te deixaste ficar
Posso cantar inventando
O que eu quiser inventar.

Posso inventar-te encontrando
Por sobre as ondas do mar
Teus olhos que estão esperando
Que tu me vejas chegar.

Posso inventar um lugar
De onde te lance a voz
E ouvir-te murmurar:
"Quem está aqui somos nós".

Posso inventar-te chorando
Mesmo que o choro não venha
Posso inventar-te sonhando
Embora sonhos não tenha.

À voz da minha guitarra
Gostaria de mandar
Que se transforme em cigarra
E que deixe de chorar.

Que abafe a sua tristeza
E não me perturbe a voz
Hoje és mais meu do que nunca
Basto eu por sermos nós.

Hoje não é como era
Hoje serás como eu for
Posso inventar tua ausência
Posso inventar teu amor.

29 de março de 2010

20 VERSOS A MI MUERTE

POETA DESDE LEJOS
SINGLE, MOVIEPLAY, SN-20669



Em 1972, Tonicha assina um contrato com a Movieplay portuguesa para gravar quatro canções do cantautor espanhol Patxi Andión.
Em Portugal, é publicado o EP "4 CANÇÕES DE PATXI ANDIÓN", cantadas em português nas versões de José Carlos Ary dos Santos.
Em Espanha, publica-se o single que apresentamos, com duas canções em castelhano.

CARA A
20 VERSOS A MI MUERTE
(Letra e Música: Patxi Andión)

CARA B
POETA DESDE LEJOS
(Letra e Música: Patxi Andión)


Arreglos y Dirección: Thilo Krassman
Director de Producción: Rui Ressurreição
1972 Movieplay Portugal



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20 VERSOS A MI MUERTE
(Letra e Música: Patxi Andión)

Cuando me muera no quiero
Ni coronas de claveles
Ni ramos de lirios viejos
Que me flajelen los dedos

Quiero que el aire se estreche
Hasta que tropieze el eco
Quiero morirme despacio
Quiero morirme silbando

Quiero morirme descalzo
Quiero que me echen la tierra
Sin mimo y sin desconsuelo
Como quando se hace un hijo

Yo quiero sentir la tierra
Cubrirme toda la vida
Que se me escapa sin verla
Por un camino sin prisas

Quiero morirme de cerca
Quiero morirme hacia abajo
Quiero morirme deprisa
Quiero morirme cantando.

17 de março de 2010

MENINA

DO ALTO DA SERRA
SINGLE, MOVIEPLAY, SP 20.021



O single que apresentamos é a segunda edição lançada em Portugal do tema "Menina (do alto da serra)". A primeira foi em 1971 para a etiqueta Zip-Zip.
A Movieplay aproveitou o contrato que fez com Tonicha, para a gravação de "4 CANÇÕES DE PATXI ANDIÓN", para comprar à Zip-Zip os direitos destas duas canções que compõem o single.

"PRÉMIO TV DA CANÇÃO"
"MENINA: FLORES PARA TONICHA"
"TONICHA: UMA RECEPÇÃO À BENFICA"
"TONICHA RECEBIDA NO PORTO COM ENTUSIASMO E FLORES"
"TONICHA: a melhor presença portuguesa nos festivais da Eurovisão"

Estes são apenas alguns dos inúmeros títulos que ilustraram os jornais da época após a participação de Tonicha no Festival da Eurovisão. São estes mesmos recortes de imprensa que, brilhantemente, foram usados pela Movieplay na composição da capa deste single. A composição gráfica, invulgar para a época, ilustra o êxito da cantora e do tema que representou Portugal em Dublin.

FACE A
MENINA (do alto da serra)
(Letra: J.C.Ary dos Santos / Música: Nuno Nazareth Fernandes)
Arranjos e Direcção de Orquestra: Augusto Algueró


FACE B
MULHER E FORÇA
(Letra: J.C.Ary dos Santos / Música: Nuno Nazareth Fernandes)
Arranjos e Direcção de Orquestra: Thilo Krasmann




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MULHER E FORÇA
(Letra: J.C.Ary dos Santos / Música: Nuno Nazareth Fernandes)
(Arranjos e Direcção de Orquestra: Thilo Krasmann)

Menina e moça me levaram duma rosa
Menina e moça me arrancaram dum jardim
Menina e moça não sabia qual a asa
Que podia voar dentro de mim.

Mulher e moça me encontrei e descobri
Mulher e moça de vermelho me vesti
Mulher e moça não sabia qual a força
Que podia crescer dentro de mim.

Menina e moça
Mulher e força.

Menina e moça me prenderam e cercaram
Mulher e moça me ofenderam e acordaram
Menina e moça me quiseram, me quiseram
Mulher e moça me levaram, me levaram.

Mulher com força me atacaram e disseram
Palavras duras das que os homens não quiseram
Mulher com força me apertaram, me esqueceram
Mas nunca me sonharam nem tiveram.

Menina e moça
Mulher e força.

8 de março de 2010

8 DE MARÇO

PARABÉNS!

Para comemorarmos o aniversário de Tonicha, oferecemos aos nossos leitores uma das melhores interpretações da cantora, numa das faixas do álbum "CANTIGAS POPULARES", um trabalho magistralmente orquestrado por Jorge Palma. Da editora Orfeu, corria o ano de 1976. Um excelente tema que, infelizmente, nunca conheceu edição em CD:

O MEU BEM
(Folclore açoriano)
Arranjos: Jorge Palma



Ó meu bem se tu te fores
Como dizem que te vais
Deixa-me o teu nome escrito
Numa pedrinha do cais.

Meu amor na nossa ausência
Nunca deixes de escrever
Duas regras ao teu bem
Que por ti fica a sofrer.

O meu bem quando se foi
Sete lenços alaguei
Mais a manga da camisa
E dizem que não chorei.

Meu amor na nossa ausência
Nunca deixes de escrever
Duas regras ao teu bem
Que por ti fica a sofrer.


Cortesia: sychmusic

15 de fevereiro de 2010

GLÓRIA, GLÓRIA, ALELUIA

FESTIVAL DA OTI SINGLE PROMOCIONAL
AT. PROM. 3
EDIÇÃO ARNALDO TRINDADE & C.a Lda.



Em 1972, Tonicha representou Portugal no 1º Festival da OTI, em Madrid. Cantou uma canção com letra e música de josé Cid: "Glória, Glória, Aleluia". O tema tem grandes influências de godspell e a voz magnífica de Tonicha serviu adequadamente as intenções do autor.
Este disco é um single promocional da editora ORFEU.



Tonicha chegou à vida numa província portuguesa de interior - o Alentejo.
Cresceu entre aquela gente aberta, de ideias tão destapadas como a paisagem, gritante de sol e de distâncias.
Ali aprendeu a beleza das pessoas e as lutas da sobrevivência.
Ali decorou a melodia magoada dos cantares tristes de terra queimada.
Ali compreendeu o significado das melhores palavras e das outras.
Um dia escolheu cantar como maneira de viver. Uma voz menina, um sorriso medroso, um encanto natural de pureza desafectada, abriram-lhe o caminho.
É hoje considerada uma das vozes mais populares de Portugal.
Tonicha já esteve presente nos mais importantes Festivais da Europa, Ásia e América do Sul (de Tóquio ao Rio de Janeiro) nos quais foi sempre reconhecida como excelente intérprete das composições que os mais variados autores lhe têm confiado. E ainda uma presença no Festival da Eurovisão (1971) no qual alcançou o melhor lugar de todos os que a música portuguesa tinha conseguido naquele certame.

21 de dezembro de 2009

A RAPARIGA E O POETA

JOSÉ NIZA E JOSÉ CALVÁRIO
(Letra: José Niza / Música: José Calvário)




Cortesia, Festivais RTP da Canção

2 de dezembro de 2009

TONICHA: CANÇÕES E FOLCLORE

CÍRCULO DE LEITORES
LP, ORLADOR (Círculo de Leitores), 2041


FOTO: Álvaro João

O Círculo de Leitores, cumprindo uma longa tradição, lançou edições especiais de álbuns de grandes nomes da música portuguesa para os seus sócios. Com Tonicha não foi excepção.
No ano de 1973, sob licença da editora Orfeu, o Círculo de Leitores disponibilizou apenas para sócios uma edição especial intitulada "CANÇÕES E FOLCLORE".

Na face 1, composta por canções de autores, estão reunidos temas de 1971 ("Menina" e "Mulher e força"), 1972 ("Glória, Glória, Aleluia", "Com um cravo na boca" e "Poema Pena") e 1973 ("A rapariga e o poeta").
A face 2 reúne seis temas que foram editados em 1973 no LP "FOLCLORE" da etiqueta Orfeu.
As fotografias utilizadas nesta edição do Círculo de Leitores são da mesma série do referido álbum Orfeu.

FACE 1
GLÓRIA, GLÓRIA, ALELUIA
(Letra e Música: José Cid)
A RAPARIGA E O POETA
(Letra: José Niza / Música: José Calvário)
MULHER E FORÇA
(Letra: Ary dos Santos / Música: Nuno Nazareth Fernandes)
COM UM CRAVO NA BOCA
(Letra: Ary dos Santos / Música: Jorge Palma)
POEMA PENA
(Letra: Nuno Gomes dos Santos / Música: Nuno Nazareth Fernandes)
MENINA
(Letra: Ary dos Santos / Música: Nuno Nazareth Fernandes)

FACE 2
DANÇA DAÍ (Douro Litoral)
(Popular / Arranjos: António Chainho)
OS BRAVOS (Açores)
(Popular / Arranjos: António Chainho)
MALHÃO DE ÁGUEDA (Beira Litoral)
(Popular / Arranjos: António Chainho)
CHULA DE VIANA (Minho)
(Popular / Arranjos: António Chainho)
FARRAPEIRINHA (Beira Litoral)
(Popular / Arranjos: António Chainho)
VAREIRA DO MAR (Minho)
(Popular / Arranjos: António Chainho)



FOTO: Álvaro João

10 de novembro de 2009

TONICHA: PRÉMIO PRESTÍGIO



GALA NOITE DAS ESTRELAS
23 NOVEMBRO
TEATRO TIVOLI

No dia 23 de Novembro, Tonicha receberá o Prémio Prestigío na Gala Noite das Estrelas, comemorativa dos 45 anos do Festival da Canção. Relembramos que foi nessa sala mágica, o Teatro Tivoli, que Tonicha venceu o Festival RTP da Canção 1971. A partir daí é o que todos sabemos: fica para sempre a nossa "Menina".

Saiba tudo em:
http://noitedasestrelas.pt.vu/

20 de outubro de 2009

FESTIVAL DA EUROVISÃO 1971

IMAGENS INÉDITAS CHEGADA A DUBLIN

1 minuto e 27

Graças à RTP vimo-la no Tivoli a interpretar a "Menina" em 1971 e sagrar-se vencedora do Festival da Canção.
Nesse mesmo ano tornámos a vê-la, de forma brilhante, a defender Portugal no Festival da Eurovisão da Canção na cidade de Dublin, graças à transmissão da televisão irlandesa. As imagens e as fotografias deste acontecimento ficaram para sempre registadas, correram mundo e povoam ainda o nosso imaginário.
Agora, graças à internet, a memória perpetua-se e continua a ser escrita.

Neste interessante documentário, disponibilizado recentemente no YouTube por um cidadão irlandês, temos acesso pela primeira vez a imagens inéditas da passagem da cantora portuguesa pelo Festival da Eurovisão.
Neste excerto, podemos ver a nossa Tonicha muito sorridente na chegada a Dublin, a descer do avião, com a célebre boina que fez moda por cá. Como banda sonora do excerto, a produção escolheu precisamente o tema "Menina", que continuamos a ouvir nas imagens dos ensaios e enquanto Tonicha espera nos bastidores antes da entrada em palco nessa noite mágica.




Courtesy of Peter, Dunshaughlin, Ireland

7 de outubro de 2009

TONICHA

FOLCLORE
SINGLE, ZIP ZIP, 30071/S

Continuamos a apresentação da discografia de Tonicha.
Relembramos os nossos seguidores que os discos têm sido apresentados numa ordem cronológica, do mais recente para o mais antigo.
Hoje dedicamo-nos ao último single que Tonicha gravou para a editora Zip Zip: "Folclore".



LADO 1
MEU AMOR FOI A LISBOA
(Letra: Ary dos Santos/Música: Pop. - arr. Pedro Osório)

LADO 2
RISCADINHO P'RA AVENTAIS
(Letra: Ary dos Santos/Música: Pop. - arr. Pedro Osório)

Estes dois temas foram incluídos, posteriormente, na colectânea "AS DUAS FACES DE TONICHA" para a mesma etiqueta.
Em formato CD apenas podemos ouvir o segundo tema, na colectânea editada pela Movieplay, em 2004, "ANTOLOGIA 1971-1977".



MEU AMOR FOI A LISBOA
(Letra: Ary dos Santos/Música: Pop. - arr. Pedro Osório)

Antoninho de Lisboa
Usa sapatos de salto
Desde a Sé à Madragoa
Nunca vi rapaz tão alto.

Ao passar, ao passar
Os rapazinhos
Tremeliques, canivetes
Não te deixes arrastar
Nos maus caminhos
Tem cautela, não te espetes.

Meu amor foi à cidade
Encontrou o Antoninho
Era um cravo de verdade
Mas agora é um cravinho.

Meu amor virou-me as costas
Quis-me dar a entender
As festinhas que ele gosta
Não lhas sei como fazer.

O orgulho não perdoa
Eu quero ficar solteira
Meu amor foi a Lisboa
E voltou doutra maneira.

10 de setembro de 2009

TONICHA: MARCHA DA MOURARIA

Estávamos no ano 2000. Amália Rodrigues tinha falecido no ano anterior. Num pequeno espectáculo, encenado por Filipe La Féria, para o Festival RTP da Canção o encenador decidiu homenagear a fadista.
No excerto desse programa, tinhamos a oportunidade de ouvir a nossa Tonicha interpretar um dos temas popularizados por Amália e que Tonicha também gravou em 1976: "Marcha da Mouraria".
A cantora aparecia com um lindo figurino vermelho e preto muito ao espírito das marchas populares.



MARCHA DA MOURARIA
(Raúl Ferrão / Frederico de Brito)

Mouraria garrida
Muito sacudida
Muito requebrada
Com seu tom de galdério
De moira encantada
É como um livro de novela
Onde o amor é tudo
E o ciúme impera
Ao abrir duma janela
Aparece o vulto daquela severa.

A marcha da Mouraria
Tem o seu quê de bairrista
Certos laivos de alegria
É a mais boémia
É a mais fadista.

Anda toda engraçada
De saia engomada
Blusinha de chita
É franzina pequena
Gaiata morena
Cigana bonita
Tem a guitarra p'ra gemer
Um amor submisso
Que nunca atraiçoa
Este bairro deve ser
'Inda o mais castiço
Da nossa Lisboa.

20 de agosto de 2009

ARRAIAL DE SANTO ANTÓNIO

E O RESTO SÃO CANTIGAS RTP

Tínhamos acabado de entrar nos anos 80. Esta viria a ser uma década de intenso trabalho para Tonicha.
Em 1981, a RTP exibia então um programa de grande êxito apresentado por Fialho Gouveia, Raul Solnado e Carlos Cruz, e com a colaboração de António Fortuna. "E o resto são cantigas" assim se chamava o programa, que ainda hoje é referência para muitos, por onde passaram alguns dos maiores nomes da música portuguesa.
Num dos programas, o segundo de uma série dedicada a temas populares da música portuguesa, Tonicha interpretava o tema "Arraial de Santo António". Trata-se de uma composição do maestro Frederico de Freitas com letra de Júlio Dantas.
Com uma voz magnífica, vestida a rigor e com uns lindos cabelos louros muito compridos...Tonicha!

ARRAIAL DE SANTO ANTÓNIO
(Música: Frederico de Freitas / Letra: Julio Dantas)



Cheira a rua a alecrim
E a berlinda passa a trote
Vai a noiva de palmito
Vai o noivo de capote.



REFRÃO (2x)
Nem uma te escapa
Meu Santo Antoninho
Põe a tua capa
Mete-te ao caminho.



Já lá tem lençóis de renda
E alfazemas para arder
Para divertir um homem
Não há como uma mulher.



REFRÃO (2x)
Nem uma te escapa
Meu Santo Antoninho
Põe a tua capa
Mete-te ao caminho.



Ai o capote encarnado
Ai o lenço de cambraia
Ai a luz que se apagou
Quando ia a subir a saia.



REFRÃO (2x)
Nem uma te escapa
Meu Santo Antoninho
Põe a tua capa
Mete-te ao caminho.



REFRÃO (2x)
Nem uma te escapa
Meu Santo Antoninho
Põe a tua capa
Mete-te ao caminho.

10 de agosto de 2009

ANOS 70

TONICHA E RAUL SOLNADO

Foi actor.
Foi comediante e apresentador.
Foi Raul Solnado.
Aqui fica uma fotografia tirada com Raul Solnado durante a permanência de Tonicha na etiqueta ZIP ZIP, nos inícios dos anos setenta.

31 de julho de 2009

AS DUAS FACES DE TONICHA

A COBERTURA DA IMPRENSA

A imprensa portuguesa dos anos 70, sempre muito atenta à vida artística dos seus cantores, deu conta do lançamento do álbum "AS DUAS FACES DE TONICHA".
O extinto Diário de Lisboa relatava a saída para o mercado do último trabalho de Tonicha, numa notícia publicada a 12 de Dezembro de 1974.
Pela data da publicação desta notícia poder-se-á depreender que, já nos anos 70, havia a preocupação das editoras em prepararem os álbuns para lançamento na altura do Natal, de modo a fomentar as vendas.


in Diário de Lisboa, 12 de Dezembro de 1974

26 de julho de 2009

AS DUAS FACES

DE TONICHA
LP, ZIP ZIP (SASSETTI), 2012/L


Esta é a 1ª edição do LP "AS DUAS FACES DE TONICHA".

Tonicha gravava para a etiqueta ZIP ZIP desde 1971, ano da "Menina". Depois, Carlos Cruz, Fialho Gouveia e Raúl Solnado venderam a editora à Sassetti. O marido de Tonicha, João Maria Viegas, passou também a trabalhar para esta nova editora. A Sassetti guardou a marca ZIP para a música ligeira portuguesa.



FACE A
A VOZ DO MEU POVO
(Letra: Ary dos Santos/Música: Fernando Tordo)
CANTO DA PRIMAVERA
(Letra: Ary dos Santos/Música: Fernando Tordo)
EM LISBOA
(Letra: Ary dos Santos/Música: Fernando Tordo)
OS NOVOS POBRES
(Letra: Ary dos Santos/Música: Pedro Osório)
O CACAU DA RIBEIRA
(Letra: Ary dos Santos/Música: Fernando Tordo)



FACE B
MEU AMOR FOI A LISBOA
(Letra: Ary dos Santos/Música: Popular, Arranjo: Pedro Osório)
VIRA DA MADRUGADA
(Letra: Ary dos Santos/Música: Popular, Arranjo: Pedro Osório)
OBRIGADO SOLDADINHO
(Letra: Ary dos Santos/Música: Popular, Arranjo: Pedro Osório)
RISCADINHO PR'A AVENTAIS
(Letra: Ary dos Santos/Música: Popular, Arranjo: Pedro Osório)
JÁ CHEGOU A LIBERDADE
(Letra: Ary dos Santos/Música: Popular, Arranjo: Pedro Osório)
TROVAS DO CARMO
(Letra: Ary dos Santos/Música: Popular, Arranjo: Pedro Osório)

11 de julho de 2009

AS DUAS FACES

DA TONICHA
LP, ORFEU, SB1155



FACE A
A VOZ DO MEU POVO
(Letra: Ary dos Santos/Música: Fernando Tordo)
CANTO DA PRIMAVERA
(Letra: Ary dos Santos/Música: Fernando Tordo)
EM LISBOA
(Letra: Ary dos Santos/Música: Fernando Tordo)
OS NOVOS POBRES
(Letra: Ary dos Santos/Música: Pedro Osório)
O CACAU DA RIBEIRA
(Letra: Ary dos Santos/Música: Fernando Tordo)

FACE B
MEU AMOR FOI A LISBOA
(Letra: Ary dos Santos/Música: Popular, Arranjo: Pedro Osório)
VIRA DA MADRUGADA
(Letra: Ary dos Santos/Música: Popular, Arranjo: Pedro Osório)
OBRIGADO SOLDADINHO
(Letra: Ary dos Santos/Música: Popular, Arranjo: Pedro Osório)
RISCADINHO PR'A AVENTAIS
(Letra: Ary dos Santos/Música: Popular, Arranjo: Pedro Osório)
JÁ CHEGOU A LIBERDADE
(Letra: Ary dos Santos/Música: Popular, Arranjo: Pedro Osório)
TROVAS DO CARMO
(Letra: Ary dos Santos/Música: Popular, Arranjo: Pedro Osório)

FICHA TÉCNICA
ARRANJOS E DIRECÇÃO MUSICAL Pedro Osório
FACE A (2, 4) José Calvário
ESTÚDIOS Eurosonic Madrid (Orquestra, Coros e Misturas)
Polyson Lisboa (Voz e coros)
ENGENHEIROS DE SOM Alberto Navarette, Bryan H. Stóite, Jean François Baudet



Esta é a 2ª edição do LP "AS DUAS FACES DE TONICHA", editado inicialmente pela Sassetti, em 1974. Note-se que a etiqueta de Arnaldo Trindade alterou o título: em vez de "AS DUAS FACES DE TONICHA", chamou-lhe na edição de 1975 "AS DUAS FACES DA TONICHA". Tudo uma questão de preposição...

21 de junho de 2009

2009

LEMBRAR JOSÉ CALVÁRIO
(1951-2009)

Esta semana o país perdeu um dos mais importantes maestros portugueses: José Calvário.
Maestro, orquestrador, desapareceu cedo demais.
Deixou as lembranças daqueles que o conheceram e o seu trabalho de muitos anos em prol da música portuguesa.


FOTO: in jornal Público, 21 Junho 2009

Para sempre ligado à música portuguesa, o seu nome é também indissociável do Festival RTP da Canção para o qual compôs, por exemplo, E depois do Adeus com José Niza.
Para a história musical do país fica o álbum Fala do Homem Nascido, um clássico e uma referência, sobre poemas de António Gedeão, com música de José Niza e encenação musical do maestro José Calvário.


Maestro José Calvário com Samuel in Fala do Homem Nascido, CD, Movieplay, 1972

Prestamos-lhe aqui uma singela homenagem, relembrando algumas das músicas que escreveu para Tonicha e as várias orquestrações que fez para canções da cantora.

1972
Lisboa perto e longe
(Orquestração)

1972
Parole, parole
Simplesmente Maria
(Orquestração e Direcção Musical)

1972
Fala do Homem Nascido
(Encenação Musical)

1973
A rapariga e o poeta
Contraluz
(Autor da música e Orquestração)

1973
Com um cravo na boca
Rosa rosae
(Orquestração)

1974
Canto da Primavera
Os novos pobres
(Arranjos e Direcção Musical)

1978
Um dia uma flor
(Arranjos)


Revista "Mundo da Canção", nº30, 1973

A RAPARIGA E O POETA
(Letra: José Niza/Música: José Calvário)

Poeta amigo
Parto contigo
Nosso degredo
Fica em segredo.
Adeus ao mundo!...
Venham cantores
Descobrir a ilha dos amores!
Sofreste o livro
De um povo ao vivo!
Viveste à sorte
Sorriste à morte!
Brigaste vidas
Calaste dores
Mas nunca temeste adamastores!
História ao contar,
Mundo a correr;
Mulheres a amar,
A esquecer, a encontrar,
A perder, a inventar!
Fúrias de mar,
Gestos de amor;
Beber, lutar,
Com quem for;
Naufragar, renascer
E a cantar!
Sofreste o livro
De um povo ao vivo!
Viveste à sorte
Sorriste à morte!
Brigaste vidas,
Calaste dores,
Mas nunca temeste adamastores!

2 de junho de 2009

2009

CONCERTO EM VILA VIÇOSA
24 DE ABRIL



FOTO: Vitor Mila

A noite ventosa e gelada da véspera do 25 de Abril de 2009 não impediu a população alentejana de sair à rua e encher a Praça da República para cantar com Tonicha os inúmeros êxitos da cantora.


FOTO: Vitor Mila

A voz de Tonicha estava esplêndida, os músicos tocaram afinados e surpreenderam-nos com uma versão jazzística do "Zé que fumas" que foi um encanto.


FOTO: Vitor Mila

Juntámo-nos ao coro vila-viçosence e entoámos "Senhora do Almortão", "Cantares alentejanos", "Vira dos malmequeres", "Vira da rapioca", duas vezes o "Zumba na caneca" (para atender às exigências do público) e, como sempre, vibrámos com "Tourada":

Foste foste que eu bem sei que foste
No domingo à tourada
E ao subir ao camarote
Viram-te a saia bordada.

Viram-te a saia bordada
Ai que bordado tão lindo
Foste foste que eu bem sei que foste
À tourada no domingo...


FOTO: Vitor Mila

FOTOGRAFIAS
Vítor Mila
Câmara Municipal de Vila Viçosa