18 de junho de 2008

TONICHA E AS CANTIGAS DO MEU PAÍS



Continuamos em permanente busca de material discográfico e iconográfico de Tonicha.
Hoje fomos até ao Chiado e encontrámos este single raro, de 1975. Repare-se nos títulos tão politizados... e não fosse o Verão quente no ano da publicação deste vinyl e o autor das letras o Ary.Trata-se do volume "Folclore 2" dedicado às "Cantigas do meu país" que contém 4 temas:

FACE A
SERRANA POVO
(Popular - Ary dos Santos)
COMPADRE PARTIDÁRIO
(Popular - Ary dos Santos)

FACE B
RIBEIRA CHEIA
(Popular)
BARQUEIROS DO POVO
(Popular - Ary dos Santos)

17 de junho de 2008

TONICHA: CANÇÕES PARA OS MEUS NETOS

Uma nova colectânea

"Que conste, nunca foi feita qualquer edição discográfica para crianças, a partir de temas tradicionais do Cancioneiro Popular Português.
Em boa verdade é para as crianças que estas canções deverão ser dedicadas em primeiro lugar, para que os homens e mulheres de amanhã conheçam este riquíssimo património nacional.
Músicas e poemas de inspiração popular recolhidas de norte a sul de Portugal. Canções de roda, de festa, de mágoa e outras que constituem a afirmação da capacidade criativa do nosso povo.
(...)
Já Almeida Garrett escreveu:
'Quem não tem olhado senão à superfície da nossa cultura, não crê, que ao pé, por baixo, anda outra literatura que é a verdadeira nacional, a popular'."

João Viegas
Setembro de 2007



1 As pombinhas da Cat'rina
2 O mar enrola na areia
3 Todos me querem
4 Vai de Ruz-Truz Truz
5 La-ri-ló-lé
6 Não vás ao mar Tonho
7 Vira da Rapioca
8 Maria Rita (Cara bonita)
9 No alto daquela serra
10 Resineiro (engraçado)
11 Festa de casamento
12 Vira dos malmequeres
13 Pestotira
14 Torradinhas
15 Tu és o Zé que fumas
16 Rosinha
17 Vira da desgarrada
18 Rosas do meu jardim
19 Senhora do Almortão
20 O menino

TONICHA NA OPERAÇÃO TRIUNFO



Quando há já algum tempo não se ouvia cantar Tonicha, eis que a cantora nos surpreende e entra-nos casa adentro na Gala nº10 da Operação Triunfo, na RTP.
Num dueto com o Ricardo, Tonicha recordou-nos o ano de 1971, com a canção mais emblemática da sua carreira e que a fez correr o mundo: "Menina (do Alto da Serra)".









Porque as fotos sabem a pouco, espreite...e recorde!
http://br.youtube.com/watch?v=vyrQfNxJuDY

TONICHA NO DANÇA COMIGO

RTP


Em Abril de 2007, Tonicha deu um ar da sua graça, ao dar uns passos de dança no programa "Dança Comigo" da RTP1.
Temos pena de não ter nenhuma imagem disponível da sua participação. Quando o conseguirmos, apresentá-la-emos.


16 de junho de 2008

TONICHA: ANTOLOGIA 77-97



Como resposta à antologia da Movieplay, a editora actual da Tonicha, a Universal, publica em 2007 uma nova recolha do seu próprio catálogo a que chamou "ANTOLOGIA 77-97".
Trata-se de um cd duplo com o seguinte alinhamento:

CD 1
01 Tu és o Zé que fumas
02 Pestotira
03 Marcha da Mouraria
04 Zumba na Caneca
05 Chico Pinguinhas
06 Gaiteiro Português
07 Sericotalho, Bacalhau, Azeite e Alho
08 Canção sem ti
09 Canção da Alegria
10 Canção de Rosalinda
11 Fadinho da Comida
12 Pulguinhas
13 Marcha dos Marinheiros
14 Não vás ao Mar Tónho
15 Todos me Querem
16 O mar enrola na Areia

CD 2
01 Pinga Amor
02 O Cavaquinho
03 Caldo Verde
04 Canção do Cigano
05 Mariana
06 Chula
07 Uma Rosa por amor
08 Ao Domingo
09 Resineiro
10 Vira dos Malmequeres
11 Maria Faia
12 O que é que eu faço
13 O mercado
14 Maria da Conceição
15 O nosso Menino
16 Menino de Oiro, Menino de Lata

14 de junho de 2008

TONICHA : ANTOLOGIA 1971-1977



A propósito da edição de mais uma colectânea de Tonicha, Ema Pedrosa, que também seleccionou o repertório, escreve:

"Sem dúvida, este é um dos melhores discos portugueses publicados nos últimos anos, sejam colectâneas ou de originais. Simplesmente Tonicha em trinta das mais aplaudidas canções do seu repertório, tradicionais e de autor, registadas no auge da sua carreira.
De passos seguros se fez a sua merecida ascensão. Em discos e espectáculos com excepcional qualidade, e um repertório que ultrapassa 600 canções e 150 discos, Tonicha cantou os nossos melhores poetas e compositores, foi acompanhada pelos melhores músicos, teve os melhores instrumentistas e directores de orquestra.
(...) Tonicha é um caso raro de popularidade e qualidade, da aliança de uma boa voz à interpretação sentida e cuidada, à presença gentil, elegante e sóbria. É um cartaz de que o país se orgulha. Esta mulher-menina está no coração dos portugueses de todas as idades, pelo que é imperioso continuar a ouvi-la e re-conhecer, assim, umas boas mãos cheias do que de melhor se escreveu, cantou, gravou e editou, sob a assinatura de gente portuguesa."
Ema Pedrosa, 15/07/2004, in Tonicha Antologia 1971-1977, Movieplay



Esta antologia é editada pela Movieplay reunindo temas que Tonicha gravou para várias editoras.
São dois discos que incluem 30 canções. Entre elas surgem pérolas do nosso folclore como "Os bravos", "Ribeira cheia", "Minha mãe, minha mãe" ou "Charamba".
Integram também esta colecção temas de autor: a incontornável "Menina do alto da serra", "Contraluz", "Terras de Garcia Lorca", "Poeta desde lejos" (de Patxi Andión) e "Glória, glória, aleluia".



CD1
1 Menina do Alto da serra
2 A amendoeira
3 Batatinhas
4 Os bravos
5 Com um cravo na boca
6 Contraluz
7 Terras de Garcia Lorca
8 S. João
9 Malhão de Cinfães
10 Entrudo
11 Labuta, meu bem, labuta
12 Ribeira cheia
13 Fado
14 Riscadinho pra aventais
15 Senhor Padre Valentim



CD2
1 Glória, Glória, Aleleuia
2 Minha mãe, minha mãe
3 Milho verde
4 Poeta desde lejos
5 Simplesmente Maria
6 Charamba
7 Passarinho trigueiro
8 Malhão de Águeda
9 Menina Florentina
10 A moda da saia curta
11 Fadinho do pobre
12 Farrapeirinha
13 Vareira do mar
14 Vira do vinho
15 Chula de Viana


Selecção de Repertório e texto de Ema Pedrosa/Design Gráfico: Roda Dentada

TONICHA: O MELHOR DE DOIS

TONICHA / TRIO ODEMIRA
CD, UNIVERSAL, 013985-2



A Universal vasculhou no seu catálogo de música portuguesa e editou, em 2001, uma série a que chamou "O melhor de dois", reunindo dois artistas em cada cd. A Tonicha calhou a companhia do Trio Odemira. As canções escolhidas para este disco pertencem ao repertório mais popular da cantora.

TONICHA: A VOZ DO MEU POVO

25 ABRIL 25 ANOS 25 CANÇÕES



No ano de 1998, a editora Strauss edita uma compilação de canções de ante e após Revolução para comemorar os 25 anos do 25 de Abril.
Para esta compilação seleccionaram duas canções a solo de Tonicha: "A voz do meu povo" de Ary dos Santos e Fernando Tordo e "Obrigado soldadinho" com letra de Ary dos Santos (sobre a música popular "Vira dos malmequeres"), e com arranjo de Pedro Osório.

A VOZ DO MEU POVO
(Letra: Ary dos Santos/Música: Fernando Tordo)

É da torre mais alta do meu pranto
Que eu canto este meu sangue
Este meu povo
Nessa torre maior em que apenas
Sou grande
Por me cantar de novo

Cantar como quem despe
A ganga da tristeza
E põe a nú a espada da saudade
Chama que nasce e cresce
E vive e morre acesa
Em plena liberdade

É da voz do meu povo uma criança
Semi-nua nas docas de Lisboa
Que eu ganho a minha voz
Caldo verde sem esperança
Laranja de humildade
Amarga lança
Até que a voz me doa

É da voz do meu povo uma traineira
Que já não pode mais andar à toa
Que acendo a minha voz
Na praça da Ribeira
A praça da canção que tem Lisboa.


in 25 ABRIL 25 ANOS 25 CANÇÕES, Strauss, 1998

Incluíram também duas canções gravadas na euforia de Abril pelo grupo INCLAVE, pela Tonicha e pelo Fernando Tordo: "Portugal Ressuscitado" ("Agora o povo unido nunca mais será vencido") e "Canção Combate" ("A Pide agora já não nos persegue/E já cá canta o Manuel Alegre").

PORTUGAL RESSUSCITADO
(Letra: Ary dos Santos/Música: Pedro Osório)

Depois da fome, da guerra
Da prisão e da tortura
Vi abrir-se a minha terra
Como um cravo de ternura

Vi nas ruas da cidade
O coração do meu povo
Gaivota da Liberdade
Voando num Tejo novo

Agora o povo unido
Nunca mais será vencido
Nunca mais será vencido

Vi nas bocas, vi nos olhos
Nos braços, nas mãos acesas
Cravos vermelhos aos molhos
Rosas livres portuguesas

Vi as portas da prisão
Abertas de par em par
Vi passar a procissão
Do meu país a cantar

Nunca mais nos curvaremos
Às armas da repressão
Somos a força que temos
A pulsar no coração

Enquanto nos mantivermos
Todos juntos lado a lado
Somos a glória de sermos
Portugal ressuscitado.

TONICHA: MULHER

MULHER
CD, POLYGRAM, 537243-2



Em 1997, Tonicha regressa às grandes canções de amor com um repertório muito cuidado quer na escolha dos poemas, quer na música e nos arranjos musicais.
Há poemas de José Gomes Ferreira, Raúl de Carvalho, Ary dos Santos, Joaquim Pessoa e António Botto. Há duas versões de canções estrangeiras: "Que mulher é esta" de Bryan Adams e "Dias de arco-íris" de Di Bari. Há ainda uma bonita homenagem em forma de canção, de Tozé Brito e António Pinho, à carreira de Tonicha: "O meu caminho".
Todas as fotografias presentes no álbum são da autoria de Jorge Nogueira.

Na contracapa do CD encontram-se as seguintes palavras de Baptista-Bastos:

A Piaf afirmava que a arte de cantar (ela dizia, de uma forma mais rigorosa: "cançonetar") tinha como matriz "um pungente apelo interior". Tonicha pertence a essa estirpe de gente que canta aqueles que nos cantaram, servindo-se de uma voz pessoalíssima e absolutamente intransmissível. Digo: inimitável. Ela possui o tal registo interior que confere aos poemas escolhidos a dimensão do tempo, a marca de uma época e o timbre de uma personalidade. Personalidade, isso mesmo. Até porque Tonicha sabe, como poucos cantores portugueses, que cantar é amar o outro; os outros. E dizer-lhes que, apesar de tudo, ainda vale a pena acreditar. Porque não há conquista sem luta nem luta sem sofrimento.
Convido-os a escutar este disco, afinal a veemência de uma declaração de amor ao outro, aos outros-a todos nós.
Baptista-Bastos in MULHER, Polygram, 1997


POEMA DE AMOR
(António Botto / Arranjo: Luís Pedro Fonseca)

Quem é que abraça o meu corpo
na penumbra do meu leito?
quem é que beija o meu rosto
quem é que morde o meu peito.

Quem é que fala da morte
docemente ao meu ouvido?
és tu senhor dos meus olhos
e sempre do meu sentido.

De saudades vou morrendo
e na morte vou pensando.
Meu amor porque partiste
sem me dizer até quando?

Na minha boca tão triste
ó alegrias, cantai
mas quem acode ao que eu digo
- Enchei-vos de água, meus olhos
enchei-vos de água, chorai.



CAVALO DE PALAVRAS
(Ary dos Santos/Joaquim Pessoa/Carlos Mendes)

Dos seixos destas mãos
Prenhes de mágoas
Dos freixos que dobravam a cintura
Dos olhos que já trouxe rasos de água
Eu fiz o meu ribeiro de ternura.

E das palavras ditas em segredo
Das coisas ciciadas pelo vento
Da minha imensa luta contra o medo
Eu fiz o meu caudal de sofrimento.

Cavalo de palavras quem me agarra
Quem aparta de mim esta saudade
Quem faz da minha voz uma guitarra
Tocada pelos dedos da verdade.

Quem é que põe a flor da madressilva
Na louca trepadeira dos meus braços
Quem pode desbravar a minha selva
De angústias e tormentos e cansaços.

E quem terá a cor da buganvília
Espreitando pelos olhos da janela
Quem pode ser a sombra de uma tília
Cheirando a alfazema e a canela.

Só tu que eu inventei mas não existes
Só tu que não sei bem se não és eu
E alegras os momentos que são tristes
E deitas o teu corpo sobre o meu.

O MEU CAMINHO
(Tozé Brito / António Pinho)

Essa voz lá de longe da minha terra
O chão que eu senti na ponta dos dedos
Contaram-me histórias
Que trazem memórias
De velhos segredos.

Esse aroma lá do sul daquele monte
A luz que vibrava e deixava um rumor
Nas arcas antigas
Papoilas em espigas
Cantigas de amor.

Fiz o meu caminho
Fui como um barquinho
Pelo mar de prata
Corpo miudinho
Alma de fragata
Fiz o meu caminho.

Fiz o meu caminho
Fui como andorinho
Pelo mundo fora
Voltarei ao ninho
Em chegando a hora.

Faço o meu caminho.

Essa Mãe toda toda oiro do trigo e do Sol
O vento a cantar na veia d'água a correr
Mulher e menina
Foi a minha sina
Meu jeito de ser.

Esse aroma lá do sul daquele monte
A luz que vibrava e deixava um rumor
Nas arcas antigas
Papoilas em espigas
Cantigas de amor.

Fiz o meu caminho
Fui como um barquinho
Pelo mundo fora
Voltarei ao ninho.

Em chegando a hora
Faço o meu caminho.



AO MENOS UMA VEZ
(Letra e música: Pedro Barroso)

Abrir a porta que dá para o rio defronte
morder um malmequer azedo p'lo caminho
regressar de ouvido ao som que estava ausente
sentir o sol na cara e o cheiro a rosmaninho
e às vezes uma ortiga
às vezes uma rosa
e às vezes uma amora
que eu mordo com saudade
estamos sempre a tempo de sermos nesta vida
ao menos uma vez
gente de verdade.

Soltar na noite aberta a fantasia
viver o sonho como quem se aquece
ao fogo de um cuidado, ao fogo de um carinho
tecer em linho puro a vida que acontece
e às vezes uma ideia,
às vezes um poema,
às vezes um olhar
que vai valer a pena
estamos sempre a tempo
de ainda descobrir
ao menos uma vez
um gesto por sentir
depois ficam amigos às vezes até tarde
quando passa o carteiro a gente diz - Bom dia!
ser português assim se querem a verdade
é nascer uma menina e os pais porem: Maria...
e às vezes encontrar
razões p'ra lá de nós
e às vasculhar
na arca dos avós
estamos sempre a tempo
de sermos nesta vida
ao menos uma vez
gente conseguida.



TERRA MÃE
(Raúl de Carvalho / Arranjo: Luís Pedro Fonseca)

Lá nos campos, tristes campos
Dos campos do Alentejo
Vim ainda pequenina
- E pequenina me vejo...

Lá nos campos, tristes campos
Da solitária planura
Nasceu a minha revolta
Nasceu a minha amargura.

Lá nos campos, tristes campos
Vem a lembrança de tudo
O que mais amo e desejo.
Vem a fome a sede e o sonho
Das terras do Alentejo.



Ó PASTOR QUE CHORAS
(José Gomes Ferreira/José Almada)

Ó pastor que choras
O teu rebanho onde está
Deita as mágoas fora
Carneiros é o que mais há

Uns de finos modos
Outros vis por desprazer
Mas carneiros todos
Com cargo de obedecer

Quem te pôs na orelha
Essas cerejas, pastor
São de cor vermelha
Vai pintá-las doutra cor

Vai pintar os frutos
As amoras e os rosais
Vai pintar de luto
As papoilas e os trigais.

QUE MULHER É ESTA
(J. Fanha/B. Adams/R. J. Lange/ N. Kamen)
Ó PASTOR QUE CHORAS
(José Gomes Ferreira/José Almada)
NA PEDRA DO TEU ANEL
(António Pinho/Carlos A. Vidal)
AO MENOS UMA VEZ
(Pedro Barroso)
FOLHINHA VERDE
(António A. Pinto/Carlos A. Vidal)
TERRA MÃE
(Raul de Carvalho/Luís Pedro Fonseca)
CAVALO DE PALAVRAS
(Ary dos Santos/Joaquim Pessoa/Carlos Mendes)
O NOSSO MENINO
(António A. Pinho/Carlos A. Vidal)
POEMA DE AMOR
(António Botto/Luís Pedro Fonseca)
DIAS DE ARCO-ÍRIS
(António J. L. Lampreia/Masini/Pintacci/Di Bari)
AVÉ MARIA
(Luís Pedro Fonseca/Schubert)
O MEU CAMINHO
(António A. Pinho/ Tozé Brito)

TONICHA: CANÇÕES D'AQUÉM E D'ALÉM TEJO

TOURADA
CD, POLYGRAM (POLYDOR), 527910-2



Neste CD da Polygram de 1995, Tonicha volta a gravar alguns dos temas do cancioneiro popular português que foram êxitos seus nos anos 60 e 70.
Considerado por muitos um dos seus melhores álbuns, "CANÇÕES d'AQUÉM E d'ALÉM TEJO" tem uma produção muito cuidada e socorre-se de músicos de altíssima qualidade: Brigada Vitor Jara, professor Fontes Rocha (guitarra portuguesa) e a colaboração do Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa (numa gravação ao vivo por Naná Sousa Dias) no tema "Tourada", uma canção do Baixo Alentejo gravada pela primeira vez neste álbum.
Toda a selecção de material etnográfico, a produção executiva e a supervisão estiveram a cargo de João Viegas.
Destacamos ainda o trabalho do estilista José Carlos, o design gráfico de Álvaro Reis e as fotos de Jorge Nogueira.



VIRA DA RAPIOCA (Ribatejo)
Letra: popular/adaptação: João Viegas
Música: popular/arranjos: Naná Sousa Dias

NOSSA SENHORA DA PÓVOA (Beira Baixa)
Letra e música: popular/arranjos: Rui Vaz

CANTARES ALENTEJANOS (Baixo Alentejo)
Letra: popular/adapatação: João Viegas
Música: popular/arranjos: Naná Sousa Dias


VIRA DOS MALMEQUERES (Ribatejo)
Letra e música: popular/arranjos: Rui Vaz

SENHORA DO ALMORTÃO (Beira Baixa)
Letra e Música: popular/arranjos: Rui Vaz

MARIA RITA (Baixo Alentejo)
Letra e música: popular/arranjos: Rui Vaz/Fontes Rocha

VAI DE RUZ-TRUZ TRUZ (Ribatejo)
Letra: popular/adaptação: João Viegas
Música: popular/arranjos: Naná Sousa Dias


RESINEIRO (Beira Alta)
Letra e música: popular/arranjos: Rui Vaz/Francisco Martins

MODA DAS CARREIRINHAS (Ribatejo)
Letra: popular/adaptação: João Viegas
Música: popular/arranjos: Rui Vaz


TOURADA (Baixo Alentejo)
Letra: popular/adaptação: João Viegas
Música: popular/arranjos: Rui Vaz/Francisco Martins

MARIA FAIA (Beira Baixa)
Letra e música: popular/arranjos: Rui Vaz



TOURADA (Baixo Alentejo)
Letra: popular/adaptação: João Viegas
Música: popular/arranjos: Rui Vaz/Francisco Martins


No meu peito as saudades
São como as rosas e os líros
Umas brancas de pureza
Outras roxas de martírios.

Nunca faltam afilhados
Ao homem que vive bem
Vejam lá o desgraçado
Quantos afilhados tem.

Foste, foste, que eu bem sei que foste
No domingo à tourada
E ao subir o camarote
Viram-te a saia bordada.

Viram-te a saia bordada
Ó que bordado tão lindo
Foste, foste, que eu bem sei que foste
À tourada no domingo.

Além daquela janela
Dois olhos me estão matando
Matem-me devagarinho
Que eu quero morrer cantando.

Os olhos de quem namora
Bem conhecidos que são
Estão olhando para as pessoas
Fingindo que olham para o chão.

Foste, foste, que eu bem sei que foste
No domingo à tourada
E ao subir o camarote
Viram-te a saia bordada.

Viram-te a saia bordada
Ó que bordado tão lindo
Foste, foste, que eu bem sei que foste
À tourada no domingo.

Foste, foste, que eu bem sei que foste
No domingo à tourada
E ao subir o camarote
Viram-te a saia bordada.

Viram-te a saia bordada
Mas que bordado tão lindo
Foste, foste, que eu bem sei que foste
À tourada no domingo.

TONICHA: PAROLE, PAROLE

MELHOR DOS MELHORES
CD, MOVIEPLAY, MM 37021


FOTO: A confirmar

A Movieplay editou uma série dedicada aos cantores portugueses intitulada "O MELHOR DOS MELHORES", em 1994. A Tonicha coube o número 21.
Esta compilação inclui temas gravados para as editoras anteriores à Polygram. À cabeça da lista, vem a "Menina (do alto da serra)". Há temas de folclore: "Entrudo", "Olhos pretos", "Milho verde", "Passarinho trigueiro" e "Farrapeirinha", por exemplo.
Há também a canção que a Tonicha cantou nas Olimpíadas da Canção de Atenas nos anos 70, "Poema Pena" com letra de Nuno Gomes dos Santos e música de Nuno Nazareth Fernandes.
Está também no disco a canção do FESTIVAL RTP DA CANÇÃO de 1973, "A rapariga e o poeta". Há ainda outras canções de autores como Ary dos Santos, José Niza, Fernando Guerra e José Cid.



PAROLE, PAROLE
(Michaele - G. Gerrio / Versão: J. C. Ary dos Santos)

Engraçado, não sei que se passa comigo esta noite mas vejo-te como se fosse a primeira vez.
São só palavras
Sempre as palavras
Que nada dizem

Não sei como hei-de dizer-te, mas...
Só as palavras
... tu és o princípio e o fim da minha vida...
Palavras fáceis
Palavras frágeis
Que se desdizem
... meu amor de hoje, de amanhã
E contradizem
... de sempre...
Mas tudo acaba
Chegou o fim
Tudo me diz que dizes nada
Falando-me assim
És como a brisa que faz ondular os girassóis e rouba o perfume das rosas no seio do jardim.
Nem o mel
Nem as palavras doces
Às vezes não te consigo compreender...
Serão para mim
Mas podes bem dizê-las a quem chore
Os girassóis à noite no jardim
Eu deixo as palavras
À solta no vento
Perpassam por mim
Mas não ficam cá dentro.
Deixa dizer-te ainda uma palavra apenas...
Parole, parole, parole
Ouve-me...
Parole, parole, parole
Por favor...
Parole, parole, parole
Juro-te meu amor...
Parole, parole, parole, parole, parole
Apenas palavras
Lançadas ao vento.
É o meu destino falar-te, falar-te como se fosse pela primeira vez...
São só palavras
Sempre as palavras
Que repetias
Como eu gostava que me compreendesses...
Palavras sós
Que me ouvisses ao menos uma vez...
Palavras lindas
Palavras ocas
Que se soam falso.
Tu és o meu sonho proíbido...
Me fazem dó
A minha única razão, a minha última esperança...
Ninguém te cala
Na tua boca
Só a mentira é que me fala
Ai, deixa-me só.
A tua voz é a única música que faz dançar as estrelas no espaço...
Nem o mel
Nem as palavras doces

Se tu não existisses eu inventava-te, meu amor...
Serão para mim
Mas podes bem dizê-las a quem oiça
Os rouchinóis à noite no jardim
Eu deixo as palavras à solta no vento
Perpassam por mim
Mas não ficam cá dentro.

Deixa dizer-te ainda uma palavra só...
Parole, parole, parole
Ouve-me...
Parole, parole, parole
Por favor...
Parole, parole, parole
Juro-te meu amor...
Parole, parole, parole, parole, parole
Apenas palavras
E leva-as o vento.
És linda...
Parole, parole, parole
És linda...
Parole, parole, parole
És linda...
Parole, parole, parole, parole, parole
Apenas palavras
E leva-as o vento.




TONICHA: CANÇÃO DO CIGANO

O REGRESSO
CD, POLYGRAM (POLYDOR), 519722 2



Após alguns anos de afastamento, Tonicha regressa às canções e aos discos.
Agora, já na era do CD, edita "REGRESSO", em 1993, disco composto por 14 temas de cariz popular rebuscando algumas canções de glórias passadas como "O cavaquinho", "Canção do cigano" e "Mariana".
Apresenta também temas inéditos como "Minha terra de Agosto desejado" (letra do marido, João Maria Viegas, e música de Luís Pedro Fonseca), "O que é eu faço" (letra de João Maria Viegas e música de Nuno Nazareth Fernandes), "O mercado" (letra de Ary dos Santos e música de Nuno Nazareth Fernandes) e "Ao domingo" (letra de Joaquim Pessoa e música de Fernando Tordo).
Conforme se pode ler no folheto do CD, as canções "Minha terra de Agosto desejado" e "O que é eu faço" são dedicadas ao emigrante português.
Reaparece na televisão em dois programas de grande audiência: na RTP, no "Parabéns" do Herman José e, na SIC, em "Falas tu ou falo eu" de Fernando Tordo e Carlos Mendes.



CANÇÃO DO CIGANO
(Letra: Vasco de Macedo/Música: Frederico de Brito)

Pelas raias de Espanha nas sombras da noite
Passava um cigano no seu alazão
O vento brandia seu nórdico açoite
As folhas rangiam caídas no chão.

E já embrenhado no alto Alentejo
Nas sombras da noite tingidas de breu
Nem mais uma praga nem mais um desejo
Aos ecos distantes o pobre gemeu.

Não há maior desengano
Nem vida que dê mais pena
Do que a vida de um cigano
Atravessar a fronteira
Para ser atravessado
Por uma bala certeira
E tudo porque o destino
Só fez dele um peregrino
Companheiro do luar
Um pobre judeu errante
Que não tem pátria nem lar.

E o contrabandista temido e valente
Voltava de Espanha no seu alazão
Um tiro certeiro e o braço dormente
E um rasto de sangue marcado no chão.

E já embrenhado no alto Alentejo
Nas sombras da noite tingidas de breu
Nem mais uma praga nem mais um desejo
Aos ecos distantes o pobre gemeu.

Não há maior desengano
Nem vida que dê mais pena
Do que a vida de um cigano
Atravessar a fronteira
Para ser atravessado
Por uma bala certeira
E tudo porque o destino
Só fez dele um peregrino
Companheiro do luar
Um pobre judeu errante
Que não tem pátria nem lar.



CHULA
(Letra: João Maria Viegas / Música: Rão Kyao)

Cantigas de portugueses
Lembram gaivotas no ar
Voando por entre as ondas
Trocando as voltas ao vento
Com medo de naufragar.

A cantar me fiz mulher
Fiz da vida uma cantiga
Cantigas leva-as o vento
O vento levou-me todos
Os sonhos de rapariga.

Fui ao mar pra ver as ondas
O mar gemia de dor
Trazia prantos e mágoas
Eram marés que mandavam
Saudades do meu amor.

Adeus ó vareira chula
Ó minha velha canção
Vens das terras de Galiza
Trazes notícias de Espanha
Com sabor a tradição.


FOTOS: Vasconcellos e Sá / DESIGN GRÁFICO: Álvaro Reis

MINHA TERRA DE AGOSTO DESEJADO
(Letra: João Maria Viegas / Música: Luís Pedro Fonseca)

Meu amor, minha terra, meu país
Meu fruto saboroso na distância
Meu quintal semeado de alecrim
Que enfeitaste de ilusões a minha infância

Minha terra de Agosto desejado
Minha pipa de vinho morangueiro
Minha noiva de Viana, meu brocado
Meu jardim, meu recanto e meu canteiro

Esta saudade que mata
Este bem querer que perdura
Daquele luar de prata
Que revejo na lonjura

Este destino fadista
Que marcou o meu passado
Por sonhos e palavras ditas
Nos versos do nosso fado

Meu país de fados magoados
Que guitarras entoam noite fora
Misturando nos acordes e trinados
Saudades da família que lá mora

Minha aldeia dos pares de namorados
Que ao domingo se passeiam pela rua
E que à noite se entregam, abraçados
Jogando às escondidas com a lua.

TONICHA: AVÉ-MARIA DE SCHUBERT

FÁTIMA, ALTAR DO MUNDO
SINGLE, POLYGRAM (POLYDOR), 885 798-7

Em 1987 foi editado o disco FÁTIMA, ALTAR DO MUNDO constituído por temas religiosos.
É deste disco o tema "Avé-Maria de Schubert", com tradução do latim e arranjos musicais de Luís Pedro Fonseca. O tema foi posteriormente incluído no CD "MULHER" de 1997.
O design de capa é de Manuel Vieira. A produção e arranjos é de Luís Pedro Fonseca.




LADO A
A 13 DE MAIO (AVÉ DE FÁTIMA)
(D.R.)

LADO B
AVÉ-MARIA DE SCHUBERT
(Franz Schubert/Luís Pedro Fonseca)





Foi também neste ano de 1987 que Tonicha e o marido montaram o restaurante típico "O Pátio de Almeirim", onde Tonicha actuava todas as noites.

A VEZ E A VOZ DE TONICHA

DEIXEM PASSAR A MÚSICA, RTP

Em 1984 a RTP dedicou-lhe um programa da série "DEIXEM PASSAR A MÚSICA".
No domingo de Páscoa de 1984 a RTP transmitiu o programa "A VEZ E A VOZ DE TONICHA", que contou com a participação de dançarinos do Minho, do Ribatejo e do Algarve, assim como do actor Vítor de Sousa que declamou poemas de Ary dos Santos e Manuel da Fonseca.
Foram feitos vídeos para ilustrarem algumas das suas canções mais populares, como "Zumba na Caneca" e "Não vás ao mar Tonho".





PINGA AMOR
SINGLE, POLYGRAM (POLYDOR), 881 049-7

Em 1984, Tonicha grava duas canções antigas que tinham sido êxitos há muitas décadas atrás, nas vozes de outras glórias da música popular.
"Pinga amor", com letra e música de A. Silva, foi mais um êxito.
No lado B do single encontramos "Canção do futebol" de Tomaz R. Colaço e Frederico de Freitas. O disco é uma produção de António Pinho, com arranjos de Shegundo Galarza para a Polygram.



PINGA AMOR
(Letra e Música: A. Silva)

Quando na rua
Você vê alguma loira
Você até quase estoira
Se não se mete com ela.
Mas se a pequena
Em vez de loira é morena
Você faz-lhe a mesma cena
O que você quer é trela.

Vai logo atrás
Diz-lhe que é um bom rapaz
E que de tudo é capaz
Por uma mulher tão dura.
E se a mulher
Acredita o que disser
Vai atrás de outra qualquer
Que aquela já está segura.

REFRÃO (2x):
Pinga amor
Você é um pinga amor
Brancas, pretas, qualquer côr
Você quer tudo o que vê.
Não tem meias
Sejam bonitas ou feias
Altas, baixas, magras, cheias
Tudo serve p'ra você.

Juro que amo
Diz você à Joaquina
Mas à Rosa e à Miquelina
Diz o mesmo exactamente.
À Gabriela
Diz que quer casar com ela
Casa com esta e com aquela
Quer casar com toda a gente.

Sempre a mentir
Diz à Júlia p'ra ouvir
Que a Josefa era a fingir
E com ela é que é verdade.
Seu coração
Sempre cheio de paixão
Parece mesmo um vulcão
Quando em actividade.

REFRÃO (3x).



A ARTE E A MÚSICA
CD, POLYGRAM (POLYDOR), 823 891-2

Já no ano seguinte, em 1985, a Polygram edita uma colectânea de Tonicha, um duplo álbum chamado A ARTE E A MÚSICA DE TONICHA.
Neste disco as canções estão alinhadas em 4 grupos:

NO INÍCIO TRADICIONAIS
ÊXITOS POPULARES A OUTRA FACE

O disco voltou a ser reeditado em formato CD.



MARIA da CONCEIÇÃO
(Joaquim Pessoa / Pedro Osório)

Maria da Conceição
faça sol e chuva não
tens que trabalhar no campo
com teu pai com teu irmão
tens que trabalhar no campo
tens que trabalhar no campo
faça sol e chuva não.

E um arado no teu peito
e uma foice em tua mão
ceifa ceifa vai ceifando
ceifa ceifa vai ceifando
Maria da Conceição.

Já o sol nasce no monte
e a monte passa o ganhão
poisa um pássaro na fonte
e um amor no coração
põe-se o sol no horizonte
tu voltas de novo ao monte
Maria da Conceição.

Um chapéu de trigo loiro
e um lenço bordado à mão
cobres a seara de oiro
cobres a seara de oiro
Maria da Conceição.

Maria da Conceição
faça sol e chuva não
tens que trabalhar no campo
com teu pai com teu irmão
tens que trabalhar no campo
tens que trabalhar no campo
faça sol e chuva não.

Toda a vida te disseram
tens que lutar pelo pão
ceifa ceifa vai ceifando
ceifa ceifa vai ceifando
Maria da Conceição.

Já o sol nasce no monte
e a monte passa o ganhão
poisa um pássaro na fonte
e um amor no coração
põe-se o sol no horizonte
tu voltas de novo ao monte
Maria da Conceição.



PELA vida FORA
(João Henriques / Carlos Santos)

Pela vida fora
Muito vai embora
E eu a vida inteira aqui
Pensando em ti
Nesta ilusão
Pregada ao chão.

Mais do que enfeitada
Estou amargurada
Mas um dia há-de chegar
E o meu calor
Há-de voltar
Pra eu cantar.

Eu canto a vida à procura
Da noite segura
E do meu segredo
Porque eu sinto o gosto da vida
Na terra aquecida
De viver sem medo.

Eu faço a minha poesia
De noite e de dia
De janela aberta
Hoje eu canto a minha demora
Pelo tempo fora
Na minha voz certa.

Mas nada acontece
A quem adormece
E eu voltei a ser mulher
A renascer
Sempre a escolher
Quem eu quiser.

No meu corpo farto
Fica a dor e eu parto
Eu não sei onde parar
Mas vou cantar
Até chegar
Ao meu lugar.

ESTA FESTA PORTUGUESA
SINGLE, POLYGRAM (POLYDOR), 833 333-7

É também do ano de 1985 o single ESTA FESTA PORTUGUESA, com arranjos e produção de Ramon Galarza. As letras são de J. Libório, pseudónimo de João Maria Viegas, marido de Tonicha e seu agente.



LADO 1
ESTA FESTA PORTUGUESA
(Letra: J.Libório / Música: Carlos Alberto Vidal)

LADO 2
MANJERICO CASAMENTEIRO
(Letra: J.Libório / Música: Carlos Alberto Vidal)