ABRIL
A propósito das comemorações dos 35 anos da Revolução dos cravos, iniciamos hoje uma viagem às memórias de Abril eternizadas na voz de Tonicha, uma das mais belas vozes (femininas) que cantou Abril.
Contrariamente ao registo da memória de muitas viagens que, invariavelmente, começam por "Há muito tempo...", o ponto de partida da nossa viagem à lembrança de Abril são as palavras de um visitante assíduo deste blogue e fã de Tonicha, que nos chegaram esta semana via e-mail:
"No belíssimo espectáculo denominado "As vozes que Abril abriu" conduzido pela apresentação do sempre em forma Júlio Isidro e da magnifica e fresca Silvia Alberto, mais uma vez a ausência de uma das vozes que mais cantou Abril: Antonia Tonicha!
Pode-se saber porquê? "
Joaquim Henrique Coimbra
Orada (Borba)
Portugal tinha acabado há pouco de sair à rua de punho erguido, com cantigas como armas e balas em forma de cravo, pairava ainda no ar o calor da Revolução e os portugueses habituavam-se lentamente a despertar em liberdade, quando chegou ao mercado discográfico um single chamado "Bandeira da Vitória", edição da Discófilo.
Estávamos em 1975 e o pequeno vinil, com letras do crítico de televisão Mário Castrim e de Gonçalves Preto, lembrava a todos os portugueses que a ditadura tinha definitivamente caído.
LADO A
BANDEIRA DA VITÓRIA
(Letra: Mário Castrim)
(Música: Nuno Nazareth Fernandes)
LADO B
CANTAREMOS/LUTAREMOS
(Letra: Gonçalves Preto)
(Música: Braga Santos)
O single contou com a colaboração de José Carlos Ary dos Santos, poeta libertário e da liberdade, adepto fervoroso da Revolução, com quem Tonicha já trabalhava desde 1971, que emprestou a sua voz tão característica à canção "Cantaremos/Lutaremos", entoando o refrão que lhe dá nome.
Com a mudança de Tonicha para a editora Orfeu, estes temas viriam a ser reeditados com uma nova capa.
CANTAREMOS/LUTAREMOS
(Letra: Gonçalves Preto)
(Música: Braga Santos)
Agora companheiros cantaremos
por aqueles que morreram na prisão.
Cantaremos a canção que vale a pena,
com a força de uma raiva em cada mão.
Cantaremos com a voz da liberdade
e faremos dessa voz nossa razão.
Cantaremos este sol imaginado,
cantaremos esta sede de amanhã,
que tiveram os amigos que lutaram
p'ra nos dar a liberdade por irmã.
Cantaremos os caminhos que nos deram
cantaremos o sinal que ainda se vê
e deixaram os amigos que levaram
e morreram a saber por quê.
Lutaremos
(lutaremos)
Venceremos
(venceremos)
Cantaremos
(cantaremos).
A propósito das comemorações dos 35 anos da Revolução dos cravos, iniciamos hoje uma viagem às memórias de Abril eternizadas na voz de Tonicha, uma das mais belas vozes (femininas) que cantou Abril.
Contrariamente ao registo da memória de muitas viagens que, invariavelmente, começam por "Há muito tempo...", o ponto de partida da nossa viagem à lembrança de Abril são as palavras de um visitante assíduo deste blogue e fã de Tonicha, que nos chegaram esta semana via e-mail:
"No belíssimo espectáculo denominado "As vozes que Abril abriu" conduzido pela apresentação do sempre em forma Júlio Isidro e da magnifica e fresca Silvia Alberto, mais uma vez a ausência de uma das vozes que mais cantou Abril: Antonia Tonicha!
Pode-se saber porquê? "
Joaquim Henrique Coimbra
Orada (Borba)
Portugal tinha acabado há pouco de sair à rua de punho erguido, com cantigas como armas e balas em forma de cravo, pairava ainda no ar o calor da Revolução e os portugueses habituavam-se lentamente a despertar em liberdade, quando chegou ao mercado discográfico um single chamado "Bandeira da Vitória", edição da Discófilo.
Estávamos em 1975 e o pequeno vinil, com letras do crítico de televisão Mário Castrim e de Gonçalves Preto, lembrava a todos os portugueses que a ditadura tinha definitivamente caído.
LADO A
BANDEIRA DA VITÓRIA
(Letra: Mário Castrim)
(Música: Nuno Nazareth Fernandes)
LADO B
CANTAREMOS/LUTAREMOS
(Letra: Gonçalves Preto)
(Música: Braga Santos)
O single contou com a colaboração de José Carlos Ary dos Santos, poeta libertário e da liberdade, adepto fervoroso da Revolução, com quem Tonicha já trabalhava desde 1971, que emprestou a sua voz tão característica à canção "Cantaremos/Lutaremos", entoando o refrão que lhe dá nome.
Com a mudança de Tonicha para a editora Orfeu, estes temas viriam a ser reeditados com uma nova capa.
CANTAREMOS/LUTAREMOS
(Letra: Gonçalves Preto)
(Música: Braga Santos)
Agora companheiros cantaremos
por aqueles que morreram na prisão.
Cantaremos a canção que vale a pena,
com a força de uma raiva em cada mão.
Cantaremos com a voz da liberdade
e faremos dessa voz nossa razão.
Cantaremos este sol imaginado,
cantaremos esta sede de amanhã,
que tiveram os amigos que lutaram
p'ra nos dar a liberdade por irmã.
Cantaremos os caminhos que nos deram
cantaremos o sinal que ainda se vê
e deixaram os amigos que levaram
e morreram a saber por quê.
Lutaremos
(lutaremos)
Venceremos
(venceremos)
Cantaremos
(cantaremos).
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