14 de julho de 2008

TONICHA E AS CANÇÕES DA REVOLUÇÃO


FOTO DA CAPA: Carlos Gil

Ainda na editora Zip Zip, no calor da Revolução de 74, Tonicha grava algumas canções representativas da época revolucionária que se vivia.
O primeiro disco é composto por dois temas populares, com arranjo de Pedro Osório e com letras "inflamadas" de José Carlos Ary dos Santos.

Na face A, surge "Obrigado Soldadinho", uma adaptação do "Vira dos Malmequeres" que fora um êxito na discografia de Tonicha uns anos antes.
Na Face B, encontramos "Já chegou a Liberdade", uma adaptação de "Maria Rita (Cara bonita), outro êxito de Tonicha dos anos 60.

Estes temas viriam a incluir várias colectâneas que se fizeram sobre as canções de Abril.

OBRIGADO SOLDADINHO
(Letra: J. C. Ary dos Santos/Música: popular/Arranjos: Pedro Osório)

Obrigado soldadinho
Marinheiro português
Ficou aberto o caminho
E não há duas sem três.

Já virou o malmequer
No quartel de Santarém
Não há homem nem mulher
Que não virasse também.

Soldadinho marinheiro
Quem me dera ser a tua mãe
Marinheiro soldadinho
Muito perto está quem te quer bem.

Vira a tristeza alegria
O ódio vira ternura
Virámos o dia-a-dia
Com o fim da ditadura.

O vira dos malmequeres
Está dentro de todos nós
Homens, crianças, mulheres
Todos erguemos a voz.

Soldadinho marinheiro
Quem me dera ser a tua mãe
Marinheiro soldadinho
Muito perto está quem te quer bem.

Nas voltas do nosso vira
Vira virou a tristeza
Nunca mais ninguém nos tira
dos caminhos da tristeza.

O povo canta primeiro
e não há duas sem três
obrigada marinheiro
soldadinho português.



JÁ CHEGOU A LIBERDADE
(Popular/Ary dos Santos)

Já chegou a liberdade
Com um chapéu encarnado
Já chegou a liberdade
Com um chapéu encarnado.

Chegou um dia ao Rossio
Estava tanto frio, tanta gente triste
Entrou de espingarda em riste
Entrou de espingarda em riste.

Chegou um dia à cidade
E só atirou um amor perfeito
Era o que trazia ao peito
Era o que trazia ao peito.

Já chegou a liberdade
Com um chapéu encarnado
No rosto traz a verdade
E na baioneta já feriu um cravo.
No rosto traz a verdade
E na baioneta já feriu um cravo.

Já chegou a liberdade
Com um chapéu encarnado
Já chegou a liberdade
Com um chapéu encarnado.

Depois foi até ao Carmo
Foi até ao cerne da nossa tristeza
E cantou "A Portuguesa"
E cantou "A Portuguesa".

E eu também cantei
só então me dei
conta da beleza
Da voz que ficou acesa
Da voz que ficou acesa.

Já chegou a liberdade
Com um chapéu encarnado
No rosto traz a verdade
E na baioneta já feriu um cravo.
No rosto traz a verdade
E na baioneta já feriu um cravo.

Já chegou a liberdade
Com um chapéu encarnado
Já chegou a liberdade
Com um chapéu encarnado.
(4x)

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