17 de maio de 2010

POEMA PENA

ROSA DE BARRO MANHÃ CLARA
EP, ZIP-ZIP, 10034/E

Hoje apresentamos um disco do ano de 1971, das edições ZipZip, que contém três canções muito importantes no repertório e na carreira de Tonicha.
São três "canções" no verdadeiro sentido da palavra; canções de autor, canções de poetas e a interpretação de cada uma delas valeu à cantora um prémio.



FACE A
POEMA PENA
(Letra: Nuno Gomes dos Santos/Música: Nuno Nazareth Fernandes)
(Orquestração: Augusto Algueró)


FACE B
ROSA DE BARRO
(Letra e Música: Fernando Guerra)
(Orquestração: Thilo Krasmann)


MANHÃ CLARA
(Letra: J. C. Ary dos Santos/Música: Nuno Nazareth Fernandes)
(Orquestração: Thilo Krasmann)



A canção "Poema Pena" foi aquela com que Tonicha se apresentou nas Olimpíadas da Canção de Atenas e onde obteve o 2ºprémio de interpretação. Trata-se de uma canção difícil do ponto de vista da interpretação, em crescendo, pedindo, exigindo sempre mais da voz. E a voz de Tonicha está sempre lá, pujante, dando-se, entregando-se ao crescendo que a música exige. Já a belíssima orquestração de Augusto Algueró valeu-lhe o 1º prémio ex-aequo.

"Rosa de barro" foi apresentada por Tonicha no Festival de Split na Jugoslávia e valeu-lhe o 1º prémio de interpretação.
A canção "Manhã clara" foi cantada no VI Festival do Rio de Janeiro e mereceu a Tonicha o Prémio da Crítica.

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ROSA DE BARRO
(Letra e Música: Fernando Guerra)
(Orquestração: Thilo Krasmann)


Viver da espiga
Saber do pão
Sabor do sangue
Do mesmo chão
Viver da sombra
Cestos ao ombro
Na seiva do corpo descansa
Minha saudade
Minha incerteza
Minha eterna esperança
Raíz sem água
Razão de dor
Sede de mágoa
Do mesmo amor
Raíz cortada, desenterrada
De braços suspensos
Nas danças
Minha saudade
Minha certeza
Minha vontade
Minha criança
Minha eternidade
É minha terra
Feita no barro
Semeada com calor
É minha terra
Rosa de barro
Inventada com suor
Por ela eu choro
Por ela eu corro
Construo as pedras
Feitas em serras
Por ela eu luto
Por ela eu luto
Morre nos olhos
A minha terra
Por ela eu volto
Aperto as flores
Nas minhas mãos
Presas às folhas
Soltas ao vento no chão
É minha terra
Feita no barro
Semeada com calor
É minha terra
Rosa de barro
Inventada com suor
Viver da espiga
Sabor a pão
Saber da terra
Saber do chão
Viver de chuva
Cestos de uva
Em vinho o corpo se cansa
Minha saudade
Minha certeza
Meu suor
Minha criança
Minha dor
Minha defesa
Minha lança
Minha noite
Meu dia
Minha terra, alegria.

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MANHÃ CLARA
(Letra: J. C. Ary dos Santos/Música: Nuno Nazareth Fernandes)
(Orquestração: Thillo Krasmann)

Em ti vou nascendo
Por ti vou morrendo
Meu amor distante
Quase anoitecendo
Sempre acontecendo.

Por ti vou ficando
Em mim vou partindo
Meu amor bastante
Que vou descobrindo
Chegando e partindo.

REFRÃO:

Por ti vou inventar
A manhã clara
De outras raízes
De outras verdades
De outros países
De outras cidades
De homens felizes.
Vou renegar
As coisas fáceis
As coisas vãs
As coisas fúteis.
E nunca mais
E nunca mais
Essas manhãs
Serão inúteis
Essas cidades
Serão vazias
Essas verdades
Ficarão frias
Essas janelas
Serão fechadas.
E nunca mais
E nunca mais
As nossas bocas
Amordaçadas.

Por ti vou cantando
Em mim vou dizendo
Que nunca sei quando
Por ti vou sofrendo
E em mim vou crescendo.

REFRÃO.

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