24 de outubro de 2008

TONICHA: VIRA DO VINHO

BATATINHAS
EP, ORFEU, ATEP 6541

Lembrámo-nos de recordar dois EP retirados de um álbum que aqui apresentámos recentemente num post no dia 13 de Outubro, "Folclore" (Orfeu, 1973).



FACE A
BATATINHAS
(Popular: Ribatejo - Ary dos Santos)
SENHOR PADRE VALENTIM
(Popular: Ribatejo - Ary dos Santos)

FACE B
VIRA DO VINHO
(Popular: Ribatejo - Ary dos Santos)
PASSARINHO TRIGUEIRO
(Popular: Ribatejo)

BATATINHAS
(Popular: Ribatejo - Ary dos Santos)

Batatinhas miudinhas
A fritar, a fritar na frigideira
Batatinhas miudinhas
A fritar, a fritar na frigideira.

São as senhoras vizinhas
A cortar na casaquinha
Durante uma tarde inteira
São as senhoras vizinhas
A cortar na casaquinha
Durante uma tarde inteira.

Batatinhas miudinhas
Cortadinhas, cortadinhas às rodelas
Batatinhas miudinhas
Cortadinhas, cortadinhas às rodelas

São as senhoras vizinhas
A fazerem intriguinhas
Na ourela das chinelas
São as senhoras vizinhas
A fazerem intriguinhas
Na ourela das chinelas.

Batatinhas miudinhas
Cortadinhas, cortadinhas em palitos
Batatinhas miudinhas
Cortadinhas, cortadinhas em palitos

São as senhoras vizinhas
A dizerem às sobrinhas
Que o senhorio é de gritos
São as senhoras vizinhas
A dizerem às sobrinhas
Que o senhorio é de gritos.

Batatinhas miudinhas
Acabadas, acabadas de fritar
Batatinhas miudinhas
Acabadas, acabadas de fritar

São as senhoras vizinhas
Coitadinhas, coitadinhas
Que não param de falar
São as senhoras vizinhas
Coitadinhas, coitadinhas
Que não param de falar.



VIRA DO VINHO
(Popular-Ribatejo/Ary dos Santos)

Era o vinho, meu bem, era o vinho
Era a coisa que eu mais adorava
Era o vinho, meu bem, era o vinho
Era a coisa que eu mais adorava
Só por morte, meu bem, só por morte
Só por morte o vinho eu deixava
Só por morte, meu bem, só por morte
Só por morte o vinho eu deixava.

Ai minha sogra quando morreu
Ai levou o diabo com ela
Ai minha sogra quando morreu
Ai levou o diabo com ela
Ai deixou-me as chaves da adega
Ai mas o vinho bebeu-o ela
Ai deixou-me as chaves da adega
Ai mas o vinho bebeu-o ela.

Era o vinho, meu bem, era o vinho
Era a coisa que eu mais adorava
Era o vinho, meu bem, era o vinho
Era a coisa que eu mais adorava
Que a velhota levou para a cova
Nem já morta a pinguinha deixava
Que a velhota levou para a cova
Nem já morta a pinguinha deixava.

Nem já morta a pinguinha deixava
E São Pedro porteiro do céu
Nem já morta a pinguinha deixava
E São Pedro porteiro do céu
Amparou-a quando tropeçava
E com ela uma ginja bebeu
Amparou-a quando tropeçava
E com ela uma ginja bebeu.

FOLCLORE
EP, ORFEU, ATEP 6500



Outro dos EP que foram editados pela Orfeu chama-se, tal como o LP, "Folclore" e inclui mais quatro canções.
Os arranjos musicais destes discos são de António Chainho.
Todas as belíssimas fotografias de Tonicha que foram usadas para as capas destes EP são da autoria de Álvaro João.

FACE A
FARRAPEIRINHA
popular (Beira Litoral)
OS BRAVOS
popular (Açores: Ilha Terceira)

FACE B
MALHÃO DE ÁGUEDA
popular (Beira Litoral)
DANÇA DAÍ
popular (Douro Litoral)



DANÇA DAÍ
Popular (Douro Litoral)

Meu benzinho eu vou-me embora
Faz carinhos a quem te adora
Meu benzinho eu vou-me embora
Faz carinhos a quem te adora

Meu benzinho eu já cá estou
Faz carinhos a quem te amou
Meu benzinho eu já cá estou
Faz carinhos a quem te amou

Dança daí
Daqui canto eu
Tu és o meu par
O teu par sou eu (2x)

As estrelas miudinhas
Todas bordam um cordão
Para te prender amor
Todas ao meu coração (2x)

As estrelas no céu correm
Todas numa carreirinha
Assim os beijos corressem
Da tua boca para a minha (2x)

Dança daí
Daqui canto eu
Tu és o meu par
O teu par sou eu (2x)

Recentemente, no programa da RTP "A minha geração", um dos temas que Tonicha apresentou foi precisamente "Os bravos".
Nos espectáculos actuais, com o projecto "Tonicha e venham mais cinco... alentejanos", o repertório inclui duas canções destes discos: "Vira do vinho" e "Os bravos".

OS BRAVOS
(popular: Açores - Ilha Terceira)

Eu fui à terra do bravo
Eu fui à terra do bravo
Bravo, meu bem
Com o meu lenço vermelho
Bravo, meu bem
Com o meu lenço vermelho

O mais bravo que eu lá vi
O mais bravo que eu lá vi
Bravo, meu bem
Foi um mansinho coelho
Bravo, meu bem
Foi um mansinho coelho

Eu fui à terra do bravo
Eu fui à terra do bravo
Bravo, meu bem
Com o meu vestido amarelo
Bravo, meu bem
Com o meu vestido amarelo

Amor de fora da terra
Amor de fora da terra
Bravo, meu bem
Tenho medo que me pelo
Bravo, meu bem
Tenho medo que me pelo

Eu fui à terra do bravo
Eu fui à terra do bravo
Bravo, meu bem
Vestida de azul escuro
Bravo, meu bem
Vestida de azul escuro

Amor que não é da terra
Amor que não é da terra
Bravo, meu bem
Não é firme nem seguro
Bravo, meu bem
Não é firme nem seguro

Eu fui à terra do bravo
Eu fui à terra do bravo
Bravo, meu bem
Para ver se embravecia
Bravo, meu bem
Para ver se embravecia

Cada vez fiquei mais manso
Cada vez fiquei mais manso
Bravo, meu bem
Para tua companhia
Bravo, meu bem
Para tua companhia
Bravo, meu bem
Para tua companhia
Bravo, meu bem
Para tua companhia.

REVISTA PLATEIA, 1972

A propósito destes discos, e porque as memórias também se tecem com as imagens e as palavras que outros escreveram, publicamos o excerto seguinte.
Trata-se de uma notícia publicada na extinta revista PLATEIA da Agência Portuguesa de Revistas, no ano de 1972, numa rubrica intitulada "Ronda" da autoria de Ricardo Soeiro.
A notícia dava conta da mudança da editora de Tonicha. A cantora passou da Movieplay para ingressar na Orfeu, do portuense Arnaldo Trindade.
Haveremos de dedicar futuramente uma secção às publicações da época.

Sem comentários: